América do Sul (Chile, Argentina).
Habita preferencialmente em regiões montanhosas frias, crescendo bem em solos húmidos.
A araucária-do-chile é uma árvore de grande porte e crescimento lento, de folhagem persistente, que pode atingir 50 m de altura. Apresenta uma copa piramidal nos exemplares jovens e, à medida que vai amadurecendo, a sua copa torna-se mais larga e densa de formato cónico.
Possui um tronco reto, composto por uma casca cinzento-escura profundamente fissurada. Os ramos crescem horizontalmente, tornando-se ligeiramente pendentes e estão presentes desde a base até ao topo da árvore.
As folhas, de cor verde-brilhante e lustrosas, estão presentes ao longo de todo o ramo e cobrem a maior parte da árvore, dispondo-se densamente em espiral ao redor do caule. São simples, de formato triangular, alternadas, ovado-lanceoladas, muito rígidas e pontiagudas, com as margens espessas e inteiras, e possuem entre 2.5-5 cm de comprimento.
A araucária-do-chile é geralmente dióica, apresentando cones masculinos e femininos em árvores separadas. No entanto, podem surgir ocasionalmente alguns exemplares que apresentam cones femininos e masculinos na mesma árvore.
Os cones femininos (pinhas) são geralmente de grandes dimensões, até 20 cm de comprimento, apresentado um formato ovoide a esférico. São axilares, eretos e crescem isoladamente (solitários), demorando 2-3 anos a amadurecer.
Os cones masculinos são cilíndricos ou oblongos, semelhantes a amentilhos, crescendo em grupo nas extremidades dos ramos. Possuem 4-20 sacos polínicos na superfície inferior de cada escama.
As sementes são oblongas, ligeiramente comprimidas, entre 4-5 cm, ápteras (sem asas).
A araucária-do-chile serviu como inspiração para o famoso poema “La Oda a la Araucaria araucana”, da autoria do poeta espanhol Alonso de Ercilla (1533-1595), no qual é relatada uma parte da Guerra de Arauco, a guerra mais longa da história do Chile, que se estendeu por quase 3 séculos (entre os mapuches e os hispânicos, crioulos e chilenos).
Possui valor ornamental, sendo cultivada em jardins. É também utilizada na transformação de madeira para carpintaria naval. As suas sementes são uma importante fonte de alimento para pequenos mamíferos. Antigamente, os povos indígenas da América do Sul utilizavam as sementes desta espécie na alimentação, nomeadamente, para a produção de farinha.