BIODIVERSIDADE NA WEB / SERRALVES
Nome Científico
Ulmus minor Miller
Nome comum
ulmeiro, ulmeiro-de-folhas-lisas, lamegueiro, mosqueiro, negrilho, ulmo
Tipo de origem
Origem

Europa, norte de África e Ásia Ocidental. É espontâneo em Portugal.

Habitat

Fundos de vales, margens de linhas de água, sebes ou orlas de matagais, em solos húmidos, ricos em nutrientes.

Folha
Porte
Tronco
Autor
Miller

Descrição

O ulmeiro (Ulmus minor) é uma árvore que pode atingir 20 a 30 m de altura, possui uma copa ampla, oval, arredondada e um pouco irregular, com folhagem densa, proporcionando uma intensa sombra. O tronco é grosso, direito, um pouco sinuoso e escavado nos exemplares mais velhos, especialmente os submetidos às podas. Casca acinzentada, muito áspera e gretada, com cristas longitudinais que se entrelaçam, mais ou menos profundas de acordo com a idade da árvore. Ramos finos, sem pêlos, às vezes muito suberificados, mas quase sempre com casca lisa e de cor acinzentada. As folhas são simples, caducas, alternas, ovadas ou abovadas, pontiagudas, com a margem simples ou duplamente serrada, assimétricas na base, com 7 a 12 pares de nervuras secundárias quase paralelas e com pecíolo curto. As flores são bissexuais ou hermafroditas, muito precoces, agrupadas em glomérulos globosos (cimeiras axilares multifloras), de cor esverdeada ou avermelhada, quase sem pecíolos. Os frutos são monospérmicos, designados por sâmaras, alados, achatados que parecem “folhinhas” amontoadas, ovais ou arredondados, chanfrados no ápice, com uma asa muito ampla, sendo no início de cor verde clara, por vezes tingidos de roxo e tornando-se acastanhados antes de caírem; medem 7 a 20 mm; a semente é achatada.

Forma de Vida
Tipo de Reprodução
Perenidade
caducifólia
Ínicio de Floração
Fevereiro
Fim de Floração
Março
Inflorescência
Cor da Flor
verde
Tipo de Folha
Inserção de Folha
alterna
Margem da Folha
duplamente serrada
Limbo da Folha
Tipo de Fruto
Consistência do Fruto
seco
Maturação do Fruto
Abril
Observações

O ulmeiro possui uma floração precoce, em fevereiro a março, desenvolvendo-se em seguida as sâmaras antes das folhas, simulando uma antecipação da folheação. As sâmaras amadurecem e caem em abril, quando as folhas atingem o pleno desenvolvimento. São espécies ripícolas que normalmente vegetam ao longo dos cursos de água, ou então em solos frescos e fundos.

O ulmeiro tem o inconveniente de sofrer com frequência de uma doença conhecida por grafiose (cuja expansão é difícil de controlar), causada por um fungo, Ceratocystis ulmi, e transmitida por insectos escolitídeos como o pequeno escolitídio (Scolytus multistriatus), o grande escolitídeo (Scolytus scolytus = Scolytus geoffroyi = Scolytus destractor) e Scolytus Kirschii O fungo desenvolve-se nos vasos lenhosos e acaba por bloqueá-los. Os esporos são transportados de umas árvores para as outras pelos insectos, que penetram na zona subcortical para fazerem a postura. As galerias abertas pelo insecto e pelas suas larvas quebram a continuidade dos tubos crivosos do líber e são também infectadas pelo fungo, que aí produz os esporos. Quando completam o seu desenvolvimento, os insectos abandonam a árvore, transportando os esporos para outros ulmeiros. Por este motivo os ulmeiros têm vindo a desaparecer e em consequência têm-se produzido outras espécies exóticas mais resistentes a esta doença como o Ulmus pumila.

Aplicações

A madeira do ulmeiro tem uma coloração clara ou avermelhada, com anéis de crescimento muito marcados e textura um pouco grossa; é fácil de trabalhar, difícil de rachar e muito resistente à putrefacção quando mantida húmida, pelo que se emprega na construção naval, em alicerces de minas, em poços e antigamente era a preferida para fazer condutos de água. Serve também para o fabrico de móveis, soalhos, peças de maquinaria, prensas, etc. Apesar da madeira ser de boa qualidade, é pouco aproveitada entre nós, pois os ulmeiros são mais cultivados como ornamentais.

As folhas do ulmeiro podem servir de alimento a alguns animais, pelo que se podam frequentemente na época de escassez dos pastos, conservando-se muitas vezes para forragem invernal; estas mesmas folhas, segundo alguns autores, utilizavam-se antigamente na alimentação, cozidas como hortaliças, quando estavam tenras. A casca do ulmeiro tem-se empregado em medicina pela sua riqueza em taninos e como adstringente (capacidade de contrair os tecidos, os capilares, os orifícios e tende a diminuir as secreções das mucosas); também a casca interna tem sido usada como sudorífero e em forma de pomada para as infecções da pele. A mucilagem que se liberta da casca dos ramos jovens era considerada em tempos, segundo alguns autores, como um dos melhores remédios contra as queimaduras. O ulmeiro é uma das melhores árvores de sombra, propaga-se por semente e emite rebentos de raiz que podem ser transplantados.

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