Existem povoamentos silvestres no Tibete, nas encostas das montanhas em florestas esparsas de altitudes (700 a 3000 m).
O damasqueiro é uma pequena árvore de 3 a 6 m de altura, de copa arredondada, inerme ou algo espinhosa, glabra, exceto na flor e no fruto. Tronco recto e robusto, coberto por casca castanho-escura, algo fissurada. Raminhos vermelho-acastanhados, com folhas alternas, largamente ovadas ou suborbiculares, cuspidadas e serradas. Flores solitárias ou em fascículos de 2(6), subsésseis, de cálice piloso, pétalas com 10 a 15 mm, brancas ou rosadas, muito pálidas. As flores são hermafroditas, possuem numerosos estames e um pistilo. O fruto é uma drupa com 4 a 8 cm de diâmetro, subglobosa, aveludada, vermelho-alaranjado a amarela; mesocarpo amarelo-alaranjado e endocarpo lenticular, liso, com 3 costas finas ao longo duma das margens.
O damasqueiro, cujos frutos são geralmente pequenos e ácidos, cresce espontaneamente na região que se estende do Irão à Manchúria. A árvore começou a ser cultivada nos pomares chineses 3 séculos antes de Cristo. Do Extremo Oriente propagou-se à Ásia Ocidental, e, devido ao seu enorme desenvolvimento na Arménia, os Romanos chamaram-lhe Armeniacum malum, maça-da-Arménia. Citado pelos Romanos desde o séc. I, o damasqueiro foi difundido por todos os territórios invadidos da bacia mediterrânica. É actualmente uma das árvores de fruto mais cultivadas nas regiões meridionais da Europa, podendo os seus frutos ser consumidos quer frescos quer secos.
O damasco é um fruto de grande valor nutritivo. Especialmente rico em provitamina A, à qual se associam outras vitaminas, açúcares, sais minerais e numerosos oligoelementos, sendo, efetivamente um poderoso anti-anémico. O damasco é geralmente bem tolerado, podendo, porém, como o morango, provocar reacções alérgicas. Consumido cru, é antidiarreico, mas depois de seco e submetido à mesma preparação que as ameixas tornam-se laxante. O sumo fresco, aplicado no rosto sob a forma de loção, é um excelente tónico. A amêndoa do caroço, bastante oleaginosa, é comestível se for doce; porém é mais frequente ser amarga, contendo, nesse caso, uma substância que produz ácido cianídrico, um veneno violento. Deve ter-se a maior prudência, pois este caroço já provocou acidentes mortais, especialmente em crianças.