Quase toda a Europa, excepto no extremo norte, oeste da Sibéria, e Cáucaso e só até ao norte de Espanha.
Árvore robusta que pode medir até 30 m de altura, de copa ampla e regular. Casca cinzenta escura, lisa ou fendida longitudinalmente nos exemplares mais velhos. Ramos jovens sem pêlos. Folhas com 3 a 10 cm de comprimento, ovadas ou arredondadas, cordiformes e um pouco assimétricas na base, bruscamente acuminadas, com a margem regularmente serrada, alternas, sobre longos pecíolos glabros; têm uma cor verde intensa na página superior e um verde mais claro na página inferior onde comportam alguns pequenos pelos avermelhados, na axila das nervuras; na página superior são completamente desprovidas de pelos. As flores são pequenas, de cor branco, creme ou amareladas, muito aromáticas, com um duplo envolvimento de 5 sépalas e pétalas livres, estas mais longas e estreitas, abertas em forma de estrela; têm um grande número de estames livres ou um pouco unidos na base formando fascículos. Estão reunidas em cimeiras de 4 a 15 flores. O fruto é seco e indeiscente (carcérulo), globoso com 1 a 2 sementes; pericarpo lenhoso e liso.
Cultiva-se com frequência por ser uma das árvores que proporcionam uma sombra agradável e reproduz-se com facilidade por estaca ou mergulhia, se bem que apresenta um crescimento um pouco lento. A tília era conhecida com o nome da Tilia pelos Romanos, nome de origem incerta, que alguns autores pensam derivar do grego ptilon, que significa ala, pela bráctea que acompanha as flores e facilita o transporte dos frutos. Os gregos chamavam a tília de Philyra, por ser este o nome da filha do Oceano, mãe de Centauro Quirón, convertida em tília por Rea; com esta mesma denominação era conhecida a casca interna da árvore, entre os Romanos, empregue no fabrico de pergaminhos utilizados para escrever. A doença mais importante que atinge a tília manifesta-se pela queda precoce das folhas durante o Verão. Esta doença é provavelmente fisiológica e ocorre na maioria das vezes nas plantações de rua perto de edifícios onde a temperatura das folhas se eleva muito pelo calor. As doenças nas folhas e as manchas no tronco podem causar sérios danos, especialmente nas árvores plantadas. Os afídeos e aranhas, por vezes causam graves danos. As infecções causadas pelos afídeos, produzem uma fuligem que cai das árvores junto com o orvalho. As aranhas atacam as árvores em períodos secos durante o Verão.
Muitas são as qualidades das tílias, algumas muito conhecidas, como a propriedade calmante da infusão das suas flores e brácteas; a casca considera-se colerética (com capacidade de facilitar o esvaziamento da vesícula biliar) e emprega-se nas infecções hepático-biliares, atribuindo-se a esta, no passado, muitas outras virtudes, permanecendo apenas as propriedades vasodilatadora e antiespasmódica (acalma espasmos e convulsões). Esta mesma casca, posta em remolho, servia para a obtenção de fibras empregues na confecção de cordas. A madeira é macia, leve, de textura fina e uniforme, quase desprovida de marcas, de cor castanha clara, excelente para ser talhada, pelo que terá sido a preferida pelos escultores e fabricantes de estatuetas. Muito fácil de trabalhar, com ela se confeccionavam grande quantidade de utensílios domésticos e o seu carvão era apreciado para fabricar pólvora e para desenhar. Contudo, a madeira da Tilia cordata Mill. é considerada de menor qualidade. Com ela podem fabricar-se as colmeias para as abelhas e o benefício é mútuo porque as flores da tília, ricas em néctar, são frequentemente visitadas por estas, proporcionando a base para um mel de boa qualidade.