Zonas montanhosas do centro e sul da Europa (desde a Espanha à Polónia), com limite ocidental nos Pirenéus.
Florestas de montanha entre os 300 e os 1950 m. Forma florestas puras ou pode ocorrer misturado com outras coníferas ou mesmo folhosas, preferindo sempre solos frescos e húmidos.
O abeto-branco é uma árvore de folha perene, monoica, que pode chegar aos 50 m de altura. O seu tronco é direito e colunar, sem ramos na parte inferior, com casca cinzento-clara ou esbranquiçada, lisa e com vesículas resinosas, escurecendo e desintegrando-se em placas nos exemplares mais velhos. Os ramos são densamente pubescente, cinzentos, regularmente verticilados, formando uma copa piramidal. As folhas são lineares, sésseis, aplanadas, de 15 a 30 mm de comprimento, com 2 bandas estomáticas na face inferior e 2 canais resiníferos. As folhas da parte inferior da copa são lineares, flexíveis, verde brilhante na página superior e brancas na inferior, ligeiramente marginadas e em disposição dística; as da parte superior mais rígidas; arredondadas ou chanfradas nas extremidades. Os cones masculinos e femininos localizam-se na mesma planta (monoico), os primeiros globosos, amarelados, axilares e numerosos na face inferior dos ramos; cones femininos verdes, erectos e solitários sobre os ramos superiores, de 2 a 4 cm, oblongo-cilíndricos. Estróbilos ou pinhas erectos, cilíndricos, alongados, de 10-18 cm de comprimento, de cor verde-acastanhada, depois acastanhadas na maturação, situados na parte superior da copa, formados por escamas caducas, desarticulando-se no outono do primeiro ano, de ráquis lenhosa, persistente; sementes triangulares, aladas. As pinhas ficam maduras no outono do ano seguinte à floração.
Espécie introduzida em Portugal, em diversos perímetros florestais nas serras do norte e centro, nomeadamente Gerês, Nogueira, Marão e Estrela e ainda na Madeira. O restritivo específico deste abeto, alba, é alusivo à cor esbranquiçada da sua casca. A terebintina obtida das vesículas da casca do abeto-branco, acumula-se de forma natural, é um líquido de odor resinoso e algo amargo que os latinos chamaram de lacryma abietis sendo-lhe atribuído propriedades balsâmicas e vulneráveis; faz parte da composição de algumas pomadas para tratar feridas. A madeira de abeto, era das mais apreciadas pelos Gregos e Romanos para a construção de barcos de guerra.
A madeira deste abeto é branca, dando origem ao seu nome vulgar. É uma espécie, ligeiramente resinosa, fácil de trabalhar, menos resistente e de menor qualidade que a do pinheiro, sendo também menos adequada para queimar e fabricar carvão. É utilizada na construção e para confecção de instrumentos musicais, como órgãos, caixas de violino e tampa superior das guitarras. As gemas do abeto-branco terão sido usadas na medicina popular em infusões para tratar problemas de catarro.