Europa e Ásia: desde o Mediterrâneo Oriental até ao Himalaia.
Solos calcários, secos até 2700 m, na orla dos bosques.
A romãzeira é um arbusto ou pequena árvore de 2 a 5 (10) m de altura. Por vezes espinhoso, com ramos e casca castanha acinzentada, os mais jovens tetragonais e angulosos, em disposição oposta. As gemas hibernantes são pequenas, com 2 pares de escamas externas. As folhas, que caem durante o Inverno, são verde-brilhantes, lustrosas na página superior com a margem inteira. Nascem opostas ou quase opostas nos ramos, ou ainda agrupadas; são estreitamente lanceoladas a obovadas. As flores são solitárias ou em grupos de 2-3 (5), na extremidade dos ramos, sobre um pedúnculo curto; são hermafroditas, vermelho-escuras e muito vistosas. O cálice é grosso e carnudo, com forma de taça, rematando com 5 a 8 dentes triangulares em forma de coroa, vermelho brilhante. As pétalas inserem-se entre as sépalas, são livres obovadas e caducas. Os estames são numerosos e dispõem-se em várias séries na garganta do cálice. O fruto é esférico, designado botanicamente por balaústia (romã) e é exclusivo deste género; está coroado pelo cálice persistente e possui uma casca coriácea e atinge mais ou menos o tamanho de uma laranja. O seu interior está dividido em numerosos compartimentos por umas membranas branco-amareladas, que correspondem ao endocarpo, sendo em botânica designadas por ‘tastanas’. As sementes são prismáticas, com a parte exterior carnuda e vermelho vivo, o interior contém um caroço, pouco rígido e esbranquiçado.
O género Punica é representado apenas por 2 espécies, a Punica protopunica, que vive apenas na ilha de Socotra, reduzida actualmente a uns poucos exemplares, encontrando-se em perigo de extinção; e a Punica granatum, a romãzeira, espécie com bastante interesse económico, cultivado desde tempos remotos. Além do interesse frutícola, é muito utilizado devido às suas propriedades medicinais.
As romãs são comestíveis, apesar das romãzeiras-bravas serem menos gostosas e de sabor amargo, ao contrário das cultivadas com sabor doce e muito aromáticas. Existem algumas intermédias e de carácter mais ou menos agridoce. Com os frutos muito maduros prepara-se a granadina, que é um xarope muito eficaz, segundo a medicina popular, para combater as infecções da garganta. Da raiz extraí-se um eficaz tenífugo, para expulsar ténias e outros parasitas intestinais. Toda a planta é muito rica em taninos, especialmente a casca do tronco e a casca do fruto, pelo que são utilizadas como adstringentes e para curtir peles.