Europa e África: contorno da região Mediterrânica, preferencialmente das zonas costeiras. Na Península Ibérica é frequente no sudoeste e litoral mediterrânico.
Associado a formações de matos e matagais xerófilos, derivados da destruição do bosque esclerofilo como azinhais e sobreiras. Ocorre também em orlas ou sob coberto de bosques e povoamentos florestais abertos. Prefere solos frescos e algo húmidos.
A murta é um arbusto aromático de folha persistente até 5 m de altura com caule muito ramificado. As folhas são opostas, ovado-lanceoladas, agudas, coriáceas e quase sem pecíolo, uninérveas, verde-escuras na página superior e verde-claras na inferior, brilhantes e aromáticas. As flores são perfumadas, brancas com 5 pétalas e numerosos estames compridos. Surgem solitárias, pecioladas na axila das folhas. O cálice é constituído por sépalas persistentes, livres, ovadas e agudas. O fruto é uma baga de cor negro-azulado quando maduro, coroada pelo cálice persistente e produz numerosas sementes.
Nas ilhas da Sardenha e Córsega produz-se um licor digestivo chamado mirto, macerando as bagas (mirto rosso) ou as folhas (mirto bianco) de murta em álcool; ao licor atribuem-se virtudes curativas de doenças da boca e sistema digestivo. Das folhas e flores destiladas faz-se uma água usada como cosmético, chamada água-de-anjo.
Atualmente a murta é muito apreciada como planta ornamental, sendo utilizada com frequência para formar sebes. Em alguns locais é cultivada pelo seu óleo essencial, usado em perfumaria, como medicinal e mesmo na culinária. Também é utilizada na prática do xeriscaping (conservação da humidade), pela sua tolerância às altas temperaturas e verões secos. A madeira também é usada em tornearia e marcenaria. As raízes e a casca são utilizadas na extração de taninos, utilizados na indústria dos curtumes.