Europa e África: sudoeste de França, Península Ibérica e Marrocos
Ocorre naturalmente em matas húmidas e sombrias e margens de cursos de água, é espontânea em Portugal
O azereiro é um arbusto sempre-verde, até 10 m de altura. Quando cultivado pode atingir 20 m. Copa muito ramosa e densa e tronco com ritidoma liso, cinzento-escuro. As folhas são simples, de forma ovada a lanceolada tornando-se mais estreitas na extremidade, em disposição alterna ao longo dos ramos, ligeiramente coriáceas e pendentes. Margem crenada ou dentada, sem pelos, com pecíolo vermelho escuro. As flores são pequenas, hermafroditas, brancas, reunidas em cachos alongados e estreitos, pedunculados quase eretos. Flores pediceladas, patentes ou ereto-patentes, ligeiramente perfumadas. Os frutos são drupas pequenas, ovoides a subglobosas que se estreitam no ápice, verdes no início, passando por púrpuras até ficarem pretas na maturação.
A maioria das espécies do género Prunus apresenta folha caduca, ao contrário do azereiro que tem folha persistente, sendo por isso muito apreciado como ornamental. O restritivo específico, lusitanica, deve-se ao facto de antigamente ter sido descrita com espécimes de exemplares de Portugal, onde cresce espontaneamente, sendo considerado uma espécie relíquia da floresta Laurissilva. Distingue-se de Prunus laurocerasus, pelas folhas, que neste último são geralmente maiores, com margem inteira ou ligeiramente serrada e pelas inflorescências, que normalmente não ultrapassam o comprimento das folhas.
É uma espécie autóctone da nossa floresta, sendo cultivada em parques e jardins, pelas suas flores atraentes e especialmente pela sua folhagem agradável. Além disso é uma espécie muito adaptável a variados climas, sendo capaz de tolerar ambientes sombrios, solos húmidos e atmosferas contaminadas. Pela resistência da sua madeira é apreciada no fabrico de bengalas.