Europa Atlântica e oeste da região Mediterrânica. Frequente por toda a Península Ibérica.
Arbusto ou pequena árvore que pode atingir 10 m de altura, Com ramos direitos e alargados, nodosos, os jovens com pêlos. Casca cinzenta e lisa, tornando-se fendida e castanha. Folhas lanceoladas ou oblongo-lanceoladas, muito verdes na página superior e glauco-tomentosas na inferior, com 7 a 13 pares de nervuras laterais. Inflorescência em amentilhos centrípetos (flores abrem a partir da base para o ápice), subsésseis; aparecem antes das folhas, flores masculinas com estames livres e filetes peludos até ao meio, as femininas com pistilo tomentoso e estilete curto. O fruto é uma cápsula tomentosa, ovado-cónica.
Salix atrocinerea é a espécie do género mais variável, devido ao cruzamento com outros salgueiros, dificultando o seu reconhecimento. Uma das suas formas mais características é o Salix atrocinerea subsp. catalaunica, repartida na metade oriental da Península, de folhas arredondadas na base (não em forma de cunha como é normal), com pecíolo muito curto e pistilo com estilete muito reduzido, quase nulo.
Os médicos da antiguidade recorriam frequentemente aos salgueiros, sem contudo precisar quais as espécies utilizadas; com efeito, todos os salgueiros de folhas estreitas tinham propriedades medicinais idênticas. Mattioli registou, no séc. XVI, a eficácia das folhas de salgueiro contra as insónias; no séc. XVII, a sua casca era utilizada como febrífuga (combate a febre e evita o seu aumento). Sabe-se actualmente que este efeito se deve à sua riqueza em ácido salicílico (um seu derivado é um dos medicamentos mais utilizados no Mundo, a aspirina).