América do Norte (região central e oriental dos Estados Unidos da América).
Bosques e matagais, especialmente em solos calcários profundos e bem drenados, orlas de florestas, margens de rios e matas, até 1600 m.
Árvore robusta, de copa ampla e densa, que em boas condições pode atingir os 25 m de altura, possui raízes grossas, com ramificações longas e rasteiras, que podem originar rebentos a uma longa distância. Casca um pouco amarelada, ramos fortes e um pouco sinuosos, os mais jovens providos de estípulas que se transformam em fortes espinhos. Folhas compostas, imparipinuladas, que caem por completo no Outono, com 3 a 10 pares de folíolos elípticos ou ovais, inteiras quase desprovidas de pêlos, com a página inferior de cor mais pálida; pecíolos com 2 estípulas lenhosas e espinhosas na sua base. Flores bissexuais ou hermafroditas, brancas, dispostas em rácimos multifloros axilares e pendentes; cálice aproximadamente campanulado, dividido em 2 lábios curtos com 2 a 3 dentes; corola de 15 a 20 mm, com pétalas desiguais, as superiores direitas, o par lateral inferior aquilhado; estandarte suborbicular. O fruto é uma vagem fortemente comprimida, de 5 a 10 cm de largura, com sutura dorsal estreitamente alada, de cor pardo-avermelhada, abrindo-se em duas valvas; é seco, não estrangulado entre as sementes e persiste na árvore durante algum tempo.
O nome científico e epíteto genérico utilizado para designar a acácia-bastarda, Robinia, é dedicado ao jardineiro Jean Robin, que foi o primeiro a cultivar esta árvore na Europa. Esta espécie foi transferida do seu habitat natural, inicialmente para França para o Jardim Real de Paris, estendendo-se depois para Barcelona e mais tarde para Madrid, onde foi plantada no antigo Jardim Botânico. É de salientar que a Robinia pseudoacacia, é muito fomentada na Europa de Leste, com uma grande área plantada, com destaque para a Hungria, em que representa 19% da área florestal desse país. Em Portugal é classificada como espécie invasora (listada no anexo I do Decreto-Lei n° 565/99, de 21 dezembro), sendo proibido, por decreto lei, a sua propagação.
As flores da acácia-bastarda (Robinia pseudoacacia) de odor e sabor agradável, são comestíveis; com elas preparava-se antigamente uma água destilada à qual se atribuíam propriedades anti-histéricas. A madeira, que cortada adquire uma cor cinzento-dourada, é pesada, dura e bastante firme, pelo que se utiliza no fabrico de postes, em carretaria, em apeiria (apetrechos de lavoura) e para tornear, apesar de ser um pouco difícil de trabalhar. Ao secar, tende a deformar-se e racha-se com alguma facilidade; utilizou-se no passado na construção de edifícios e segundo alguns autores, a madeira desta árvore era a que constituía a maioria dos edifícios de Boston no século XVIII.