Frequente em todas as montanhas do Norte Peninsular, desde a Galiza, Serra da Estrela, sistemas Ibérico e Central e Pirenéus. Espécie originária de quase toda a Europa, chegando à Ásia Menor e ao Cáucaso.
Bosques caducifólios, encostas e vales húmidos e frescos, até aos 1900 metros de altitude.
A aveleira é um arbusto ou pequena árvore que pode atingir 8 m de altura, com numerosos troncos que crescem mais ou menos rectos. A copa é pouco densa, irregular. A casca é lisa, vermelha escura, que se torna cinzenta e, por fim, gretada-escamosa. Os ramos jovens são pubescentes-glandulosos. As folhas com 5 a 10 cm são suborbiculares a amplamente ovadas, cuspidadas, frequentemente sublobadas, curtamente pecioladas, rugosas, pubescentes, quando jovens, nas duas faces, tornando-se pubescente apenas na página inferior, duplamente serradas. Os amentilhos masculinos com 3 a 9 cm, verde-claros. Os frutos são aquénios (avelãs) com 1,5-2 cm, de cor vermelho-escuro. Cada avelã está envolvida por um invólucro de brácteas soldadas e peludas, verde-claro, castanho na maturação, que quase ocultam o fruto.
Os médicos da antiguidade tinham conceitos diversos sobre a aveleira. Dioscórides opinava que era nociva para o estômago, mas acalmava a tosse; Santa Hildegarda aconselhava-a como remédio para a impotência; Mattioli receitava-a, depois de moída e misturada com gordura de urso, para o repovoamento capilar; Amato Lusitano considerava-a infalível para curar a ‘doença da pedra’; Craton indicava-a para as cólicas nefríticas. Apesar de tudo, há pelo menos uma certeza, a avelã é extremamente nutritiva, estimulante e menos indigesta que a noz. A raiz com veios da aveleira é utilizada em trabalhos de embutidos, e dos seus ramos flexíveis faz-se uma vara bifurcada utilizada pelos vedores para descobrir veios de água, extremamente importante nos meios rurais.
As aveleiras silvestres dão avelãs mais pequenas e em menor quantidade que as cultivadas, mas são mais saborosas. As avelãs para além de serem comestíveis, são muito utilizadas na culinária. As folhas são utilizadas em infusões como antipiréticas e depurativas, sendo também aplicado externamente em compressas, como cicatrizante. As suas folhas terão sido utilizadas na medicina popular pelas suas propriedades de tónico circulatório. Já se provou também que a ingestão de 2 a 3 avelãs por dia, baixa o nível de colesterol no sangue. As avelãs silvestres são parte importante na dieta de muitos roedores.