Ásia (Noroeste da província de Zhejiang - China) e muito cultivado no Japão.
Floresta temperada de folha caduca em encostas montanhosas íngremes, proximidade de rios e vales. Há quem questione a naturalidade de algumas formações naturais de ginkgo, que para além de apresentarem grande proximidade genética, são conservadas por monges chineses, desde há pelo menos 1000 anos, levantando a hipótese da espécie ter tido anteriormente uma distribuição ainda menor.
O ginkgo é uma árvore de folha caduca e porte elegante que pode alcançar até 30 ou 40 m de altura, com copa cónica ou piramidal nos exemplares jovens que se tornam ovadas ou arredondadas nos de mais idade. O tronco é direito, robusto, com casca delgada de cor cinzenta que se torna quebradiça, ficando rugosa nos exemplares mais velhos. Folhas agrupadas na terminação dos brotos laterais curtos e grossos, recobertos pelas cicatrizes das folhas velhas, muito característico, com pecíolo comprido. São largamente pecioladas, dilatadas em forma de abano, possuem o bordo superior irregularmente dentado, com uma profunda incisão a dividir em dois lóbulos, e com abundantes nervuras paralelas; são de cor verde-claro, ficando amareladas antes de caírem. As plantas masculinas produzem entre as folhas numerosos racimos compridos, em grupos de 3 a 6. As plantas femininas elevam, também entre as folhas, os rudimentares seminais agrupados 2 a 2, ou mais raramente solitários, largamente pedunculadas. O fruto é na realidade um falso fruto, semelhante a uma drupa que compreende uma noz rodeada de uma polpa carnuda, com forma ovóide ou arredondada, de tonalidade branco-azulada (glauco) a amarelo-acastanhado na maturação; a semente é ovalada e aguda em ambas as extremidades.
A família Ginkgoaceae é representada apenas por esta espécie, Ginkgo biloba, planta preservada que constitui um exemplo já clássico dos denominados (por Charles Darwin) ‘fósseis vivos’. Foi uma importante espécie florestal durante a Era Mesozóica, dominando a vegetação durante grande parte do Jurássico e Cretáceo.
O ginkgo foi descoberto pelos europeus no Japão por volta do ano 690 e terá sido descrito pela primeira vez por Kaempfer. A sua introdução na Europa (Holanda) data do início do século XVIII. Lineu chamou-lhe biloba pela forma das suas folhas bilobadas. Cultivadas em cemitérios e templos da China e Japão desde há mais de 3000 anos.
É uma planta rara em estado silvestre, estando-se, actualmente, cada vez mais, a expandir o seu cultivo a parques e jardins.
A madeira e leve, de granulação fina e de boa qualidade, não resinosa, de cor branca. É utilizada no Japão e na China, em marcenaria, para fabricar tabuleiros de xadrez, jogos, etc. Contudo a principal aplicação do ginkgo é como planta ornamental ou medicinal. A fama do ginkgo como planta medicinal é muito antiga. As sementes usavam-se na China como expectorantes, vermífugo, sedativo e para tratar doenças de pele. Actualmente, estudos científicos comprovam a ação do extracto das folhas de ginkgo, para a melhoria da memória e para a circulação sanguínea, evitando a coagulação e combatendo os radicais livres presentes no sangue, aumentando a resistência do corpo contra diversas doenças. Os ácidos ginkgólicos e o ginol, presentes nos frutos, inibem o crescimento de bactérias e fungos, prevenindo infecções. Na forma de infusão, é utilizado no combate a problemas respiratórios, tais como asma, bronquite, rouquidão, tosse, renite crónica e tuberculose; perda de memória, gonorreia, úlceras estomacais, doenças de pele e ansiedade. Aplicado localmente na forma de emplastos, age contra furúnculos. O ginkgolídeo B, sintetizado em laboratório, é utilizado pelos médicos para evitar a rejeição de transplantes de órgãos e contra choques asmáticos e intoxicações.