Ásia central, Cáucaso e norte do Irão. Cultivada e subespontânea na Europa.
Espécie ruderal, surge em orlas de bosques e margens de riachos, sendo cultivada desde a Grécia Antiga.
O marmeleiro é um arbusto ou pequena árvore de 1,5 a 6 m, caducifólio e inerme, tortuoso e de ritidoma cinzento, liso; rebentos vilosos, por fim glabros. As suas folhas são inteiras com 5 a 10 cm, ovadas, coriáceas, tomentosas na página inferior, pecioladas. As flores são solitárias, terminais, com 4 a 4,5 cm de diâmetro, subsésseis; pétalas rosadas suborbiculares; sépalas menores que as pétalas, foliáceas, dentadas, acrescentes; estames numerosos, 5 carpelos, com as paredes cartilagíneas no fruto. O fruto, vulgarmente designado por marmelo é um pomo globoso a piriforme, aromático, coberto por um tomento esbranquiçado, amarelo quando maduro.
As maças de ouro do Jardim das Hespérides, representadas nos altos-relevos do Templo de Zeus, em Olímpia (450 a.C.), assemelham-se muito aos marmelos. Eram oriundos da Ásia ocidental, onde o arbusto é espontâneo, desde a Turquia até ao Norte do Irão e à Transcaucásia. Durante um longo período os marmelos, eram mais apreciados pelo seu aroma do que pelas suas qualidades alimentares ou medicinais e eram oferecidos aos Deuses. Para o povo, oferecer um marmelo era uma prova de amor. Desde a época de Hipócrates até ao séc. XVII, este fruto foi considerado um dos mais sãos e úteis, tendo lugar de destaque na medicina antiga pela sua adstringência; durante muito tempo, pensou-se que se tratava de um antídoto de veneno.
A polpa do marmelo escurece em contato com o oxigénio do ar (oxidação).
Cultivado em sebes, por vezes subespontâneo ou casual. Algumas variedades dão frutos comestíveis (como as gamboas), se bem que normalmente sejam consumidos cozidos. Apesar de perdida a sua antiga reputação, o marmeleiro continua ser cultivado por toda a Europa, sendo os seus frutos utilizados na preparação de geleias alimentares e marmeladas e em fitoterapia. O marmelo cru é e amargo, de sabor áspero.