Toda Europa, oeste da Sibéria, Cáucaso, sudoeste da Ásia e noroeste de África
Sebes, matos e orlas de bosques. Pode viver em solos básicos ou ácidos, preferindo-os frescos, mas bem drenados.
O abrunheiro-bravo é um arbusto caducifólio, até 6 m, muito espinhoso. Possui uma ramificação tortuosa e abundante, frequentemente terminando em espinho rígido (muito raramente inermes). Folhas obovadas a lanceoladas, 2 a 4 cm, de margem crenulada a serrilhada, por vezes pubescentes nas nervuras e pecíolo. Flores numerosas, brancas, surgindo antes das folhas ou ao mesmo tempo, geralmente laterais, solitárias ou em fascículos. Corola pentâmera com numerosos estames (cerca de 15). Fruto é uma drupa globosa a oblonga, com até 2 cm de diâmetro, muito pruinosa, ácida e adstringente, azul-escuro na maturação. O endocarpo é liso e algo rugoso.
Alguns autores admitem a existência em Portugal de 2 subespécies: P. spinosa subsp. spinosa, algo mais pubescentes nos ramos, folhas e pedicelos floríferos, e frutos mais pequenos e arredondados. P. spinosa subsp. insititioides, glabra nos ramos, folhas e pedicelos floríferos, e frutos oblongos e maiores, até 20 mm. O abrunheiro-de-jardim é uma espécie de sombra parcial ou sol, tolerando a exposição marítima. Regenera rapidamente após corte ou fogo. É uma fonte de alimento para as abelhas e várias espécies de lagartas de borboletas (ex. Satyrium pruni). A densa ramagem proporciona um ótimo local para a nidificação de pardais, tentilhões e rouxinóis. Os frutos contêm cianeto de hidrogénio, que em pequena quantidade pode ser benéfico para estimular a respiração e digestão, contudo em excesso pode causar falência respiratória e morte.
Planta muito apreciada como ornamental em parques e jardins pela sua intensa floração antes de surgirem as folhas. A madeira, pela sua dureza, é utilizada para cabos de ferramentas e objetos torneados.