Quase toda a Europa, centro e norte da Ásia e metade norte da Península Ibérica.
Zonas húmidas e orlas de floresta de cursos de água de áreas montanhosas, até 1800 m.
o vidoeiro é uma árvore que pode alcançar 20 m de altura, de porte cónico-piramidal. O tronco é curto, pouco ramificado, com ramos horizontais de ápice pendente. Os ramos jovens e rebentos são nitidamente peludos, com ou sem glândulas resinosas. As folhas medem 4 a 6 x 3 a 5 cm, de romboidais a ovado-arredondadas, de cuneadas a truncadas na base, agudas, por vezes curtamente apiculadas, irregularmente dentadas ou mais raramente, duplamente serradas, cuja forma se mantém mais constante nos brotos vegetativos curtos; com 5 a 7 pares de nervos secundários. Flores masculinas em amentilhos compridos, pendentes, visíveis durante todo o Inverno, amarelo-alaranjados. Flores femininas em amentilhos solitárias, pedunculados, curtos, com estigmas vermelhos, caducos na maturação. Os frutos são aquénios com as asas iguais.
Existem cerca de 40 espécies de bétulas, espalhadas pelas zonas de clima temperado. O nome científico do género Betula, é considerado por alguns autores, originário do nome celta, Betu, mas segundo outros, pode proceder do verbo batuo, que significa castigar, pois crê-se que os seus ramos eram usados pelos magistrados e mestres para açoitar os delinquentes e pessoas rebeldes. Em outros tempos, nas escolas, também teria sido usado para tal fim. Por isso alguns autores chamaram à bétula “árvore da sabedoria”.
A casca interna da bétula, fina e quase transparente, é utilizada no fabrico do “pergaminho de bétula”, que antigamente servia para escrever e tinha em latim o nome de librum. Da bétula provém assim, a palavra livro e seus derivados.
Esta árvore, cuja origem remonta a mais de 30 milhões de anos foi sempre utilizada pelo homem, inicialmente como alimento vegetal e mais tarde a sua madeira e casca foram trabalhadas por tamanqueiros, carpinteiros, pedreiros, marceneiros e tintureiros. A madeira amarelada ou branco-rosada, é resistente e dura, é muito utilizada no fabrico de pipas e caixas. As suas folhas têm propriedades diuréticas. As folhas adultas, ricas em taninos, terão sido usadas para tingir a lã de amarelo. Depois de cozidos, os frutos verdes e as folhas, eram utilizados no combate a doenças hepáticas. Do tronco, através de incisões, pode-se extrair um líquido açucarado, que quando fermentado origina a cerveja de vidoeiro. A sua ramagem é utilizada no fabrico de varas.