BIODIVERSIDADE NA WEB / SERRALVES

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Nome Científico
Castanea sativa Mill.
Nome comum
castanheiro, reboleiro, castanheiro-comum, castanheiro-vulgar
Tipo de origem
Origem

Originária da Europa, da zona dos Balcãs, Ásia Menor e Cáucaso, e estendida por cultura à região Norte da bacia Mediterrânica, Norte da Península Ibérica, grande parte de França e ainda no norte de África em algumas zonas montanhosas de Marrocos (Rif) e Argélia. Há conhecimentos e sinais de existir no território português há já muitos séculos, pelo que é muitas vezes considerada como uma espécie autóctone.

Habitat

Ocorre naturalmente em florestas de folhosas, como espécie companheira nos carvalhais de Quercus robur e Quercus pyrenaica, de regiões montanhosas, em substrato silicioso.

Flor
Fruto
Folha
Porte
Tronco
Autor
Mill.

Descrição

O castanheiro é uma árvore muito robusta, de folha caduca, com copa ampla e arredondada, que pode alcançar 20 ou 30 m de altura. Tem um tronco muito grosso e curto nos exemplares cultivados e, mais esbelto e menos ramoso nos exemplares silvestres. A casca é cinzenta, quase lisa e algo verde nos ramos mais jovens, depois castanha escura e gretada longitudinalmente. As folhas são grandes, alternas, de contorno oblongo-lanceolados e bordo grosseiramente serrado, com os dentes agudos; medem de 10 a 25 cm de largura por 3 a 7 cm de comprimento; têm um pecíolo relativamente curto, até 2 cm, algo coriáceas e contêm numerosas nervuras laterais, quase paralelas e proeminentes na face inferior; são caducas a marcescentes. As flores nascem em compridas espigas pendentes, que brotam da axila das folhas; são muito estreitas, amarelas e quase todo o amentilho é ocupado por grupos de flores masculinas, que nascem na axila de uma bráctea ovada; cada uma com um cálice de 5, ou 6 peças pouco aparentes e numerosos estames salientes (8 a 20). Na base da espiga dispõem-se as flores femininas, agrupadas por 1 a 3 (5) num invólucro comum; têm um cálice com 5 a 8 lóbulos e com 7 a 9 estiletes salientes. Os frutos são glandes (castanhas), possuem uma cobertura coriácea de cor castanha, lustrosa externamente; contêm normalmente uma só semente com uma cobertura membranosa de cor castanha ou amarelada. As castanhas agrupam-se de 1 a 3 no interior de uma cúpula globosa e espinhosa (ouriço), deiscente por 2 a 4 valvas. Segundo o número de castanhas por cúpula, assim varia a sua forma. 

Forma de Vida
Tipo de Reprodução
Perenidade
caducifólia
Ínicio de Floração
Maio
Fim de Floração
Junho
Inflorescência
Cor da Flor
amarelo
Tipo de Folha
Inserção de Folha
alterna
Margem da Folha
serrada
Limbo da Folha
Tipo de Fruto
Consistência do Fruto
seco
Maturação do Fruto
Outubro
Observações

O crescimento do castanheiro, inicialmente é lento, acelerando-se depois até, mais ou menos, aos 50 anos, quando atinge o porte definitivo. Um castanheiro pode viver muitos anos, atingindo em alguns casos 1000 anos de existência. Com o tempo, o tronco pode tornar-se oco.

Quanto a sua origem, a espécie que existe em Portugal é também a que predomina na Europa – a Castanea sativa. Há conhecimentos e sinais de existir no território português há já muitos séculos, pelo que é considerada como uma espécie indígena. Contudo, há quem defenda que terá sido introduzida na Península Ibérica provavelmente durante a época dos romanos, vinda da Ásia Menor

 Existem dois tipos de castanheiro – o bravo e o manso – consoante a forma de regeneração e o tipo de exploração que se pretende. A um povoamento de castanheiros mansos, vocacionados para produzir frutos (castanhas), dá-se o nome de “SOUTO” e a um povoamento cujo objectivo é produzir madeira, dá-se frequentemente o nome de “CASTIÇAL”

O castanheiro bravo é cultivado em alto fuste ou talhadia, de forma a poder-se-lhe retirar peças de madeira de dimensões adequadas, que quanto maior, mais valiosas são. O valor desta madeira é tão alto que, atualmente, as peças de madeira de castanho, com o objectivo de produção de mobiliário de qualidade, são vendidas ao quilograma.

Aplicações

A casca e, em menos proporção as folhas são adstringentes, devido aos taninos que contêm; foram utilizadas outrora contra a disenteria e diarreia. As folhas são utilizadas, sob a forma de infusão, contra a tosse e a inflamação da garganta. No Norte da Península Ibérica foram as castanhas, durante muito tempo, a principal fonte de hidratos de carbono na alimentação humana. As castanhas comem-se assadas ou cozidas e têm um grande valor nutritivo. A castanha é contraindicada aos diabéticos.

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