BIODIVERSIDADE NA WEB / SERRALVES

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Nome Científico
Quercus suber L.
Nome comum
sobreiro, chaparreiro, chaparro, sobro, sovereiro, sôvero
Tipo de origem
Origem

Europa: região Mediterrânea Ocidental. Quadrante sudoeste da Península Ibérica.

Habitat

Dominante em sobreirais e montados de sobro, mas também companheira noutros tipos de bosques e matas, em clima mediterrânico e também em locais com alguma influência atlântica. 

Flor
Fruto
Folha
Porte
Tronco
Autor
L.

Descrição

O sobreiro é uma árvore que pode atingir 20 m de altura, de copa ampla, algo irregular. Casca suberificada (cortiça), grossa e gretada, cinzenta-escura nos troncos e ramos desenvolvidos, amarela-avermelhada-escura, nos troncos desenvolvidos. A cortiça é muito grossa, atingindo às vezes 15 cm ou mais de grossura, esponjosa, porosa e muito leve. As folhas, com 3 a 7 cm de comprimento, são coriáceas, persistentes, de ovadas ou ovado-lanceoladas a oblongas, verde‑escura lustrosas e glabrescentes, com a margem inteira ou sinuada, com dentes pouco profundos, e face inferior esbranquiçada; pecíolo de 3 a 5 mm. Flores masculinas agrupados em amentilhos finos, com 4 a 8 cm de comprimento. Perianto com lóbulos ovados, pelosos; anteras quase iguais ou mais largas que os filamentos. Estiletes linear‑claviformes, divergentes desde a base. O fruto é uma glande (bolota), de maturação anual, castanha quando madura; envolvida parcialmente por uma cúpula com escamas inferiores ovado-triangulares, curtas, imbricadas.

Forma de Vida
Tipo de Reprodução
Perenidade
perenifólia
Ínicio de Floração
Abril
Fim de Floração
Julho
Inflorescência
Cor da Flor
verde
Tipo de Folha
Inserção de Folha
alterna
Margem da Folha
sinuada
Limbo da Folha
Tipo de Fruto
Consistência do Fruto
seco
Maturação do Fruto
Setembro
Observações

O sobreiro é uma espécie espontânea em Portugal, que outrora, juntamente com outras espécies, nomeadamente do género Quercus, constituíam a floresta portuguesa (Fagosilva). É facilmente reconhecido pela casca grossa (cortiça), distinguindo-se bem da azinheira (Q. ilex). Atualmente encontra-se um pouco por todo o país, de forma espontânea ou cultivada, mas é sobretudo no Alentejo, Ribatejo e em Trás‑os‑Montes, que forma matas a que chamamos de montados (de sobro). Normalmente não têm mais de 20 m de altura e quando descortiçado desde jovem pode chegar aos 150 anos. O descortiçar do sobreiro só deve ser feita no início do Verão, quando o sobreiro tiver entre 8 a 12 anos, tendo sempre o cuidado para não danificar a casca interna (vermelha‑escura), responsável pela regeneração do súber e sem a qual, a árvore acabaria por morrer. Um pouco por todo o país encontramos alguns exemplares seculares, autênticos monumentos naturais, de destacar, o sobreiro de Alcova da Várzea (concelho de Oliveira do Hospital), sobreiro de Belazaima do Chão (concelho de Águeda), sobreiro de Quinteria (concelho do Fundão), sobreiro de Buxos (concelho de Chaves), sobreiro de S. Cipriano (concelho de Guimarães), sobreiro da Senhora das Amoras (concelho de Castelo de Paiva), sobreiro do Bom Jesus de Braga (concelho de Braga), sobreiro do Peso (concelho de Melgaço), etc.

O sobreiro quando isolado em boas condições edáfico-climáticas, e sem ser descortiçado poderá atingir grande corpulência e longevidade, mais de 500 anos, no entanto, quando descortiçado desde jovem, ou seja, aos 25-30 anos, tem uma vida muito mais curta (150 anos em média). O descortiçar do sobreiro só deve ser feita no início do Verão, quando o sobreiro já tiver entre 8 a 12 anos, tendo sempre o cuidado para não danificar a casca interna (vermelha‑escura), responsável pela regeneração do súber e, sem a qual, a árvore acabaria por morrer. 

Aplicações

A importância económica do sobreiro está patente no facto de Portugal ser o maior produtor mundial de cortiça. Esta utiliza-se para muitos fins, que vão desde o isolamento térmico e acústico ao fabrico de palmilhas para o calçado, rolhas, tapetes, colmeias, etc. Mas a utilidade do sobreiro, não fica por aqui, as bolotas são utilizadas desde há muitos anos na alimentação do gado (particularmente o suíno) e a madeira dá ótima lenha para fornos e lareiras. A casca do sobreiro é também muito rica em taninos, sendo por isso muito apreciada para curtir couros.

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